Dois alunos da Universidade de Cape Town, África do Sul, apresentavam-se no Observatory, subúrbio excêntrico da cidade. Aron, tecladista e estudante de artes cênicas e Simon, flautista e aluno de música clássica. Zolani, colega de curso de Aron, que assistia ao pequeno show, se empolgou, subiu ao palco e improvisou um vocal.
Freshlyground nasceu assim e cinco anos após o lançamento de seu primeiro álbum (Jika Jika) há quem diga que a banda está revolucionando o cenário musical sul-africano. Isso porque em um país ainda marcado pelo apartheid e com nada menos que 11 línguas oficiais, os gostos musicais são tão diversos quanto as etnias que o compõe.
Talvez o segredo de Freshlyground seja a mistura de músicos com histórias e origens tão distintas. Zolani, a vocalista da pequena cidade de New Brighton; Pete, o baterista de classe média judaica e ex-estudante de direito; Aron, o tecladista que cresceu em uma fazenda no semi-deserto de Karoo; Kyla, a violonista da grande Joanesburgo; Simon, saxofonista e flautista clássico do Zimbábue; Julio, o guitarrista de Moçambique e Josh, o baixista com passado militar. O resultado? Uma banda rica e diversa o suficiente para encantar o mais variado público.
Aos instrumentos básicos de qualquer banda, se juntam o violino, o saxofone e a flauta e também o mbira, instrumento típico do Zimbábue e a energia de Zolani que intercala o inglês e o xhosa, sua língua materna, nas canções. O som pode ser bem African beat, meio indie, ou até mesmo meio pop, daqueles que a gente escuta batendo o pezinho no chão. Você confere o clipe de “Nomvula”, que é a faixa-título do primeiro CD e que já pertence à linha meio lounge da banda.