A cumbia villera é um ritmo que ganhou expressão na cena musical da Argentina a partir de 1996 e é muito popular nas “villas miséria” ou “villas de emergencia” (bairros pobres, que podem ser comparados as nossas favelas).
A cumbia villera é inspirada na cumbia, ritmo que nasceu na Colômbia e tem influências de negros e índios. O ritmo de nosso hermanos se diferencia de suas raízes musicais e se torna genuinamente argentino através do conteúdo de suas letras.
A versão argentina da cumbia se tornou um pouco mais conhecida no Brasil com a ajuda do atacante argentino Carlitos Tevez. Ele comemorou muitos gols com a camisa do Corinthians ao ritmo da cumbia e tem uma banda na Argentina, chamada Piola Vago.
Tevez nasceu em um bairro pobre da Argentina e é ídolo de muitos jovens, que como ele, viveram uma infância sofrida e cheia de privações. Jovens que, ao contrário de Tevez, seguem pobres, e se juntam ao grande número de desempregados e trabalhadores informais do país.
A economia da Argentina se desintegrou nos anos 80 e 90. Indicadores de 2006 apontam que 27% dos jovens se encontram desempregados, e, entre os empregados, mais de 1 milhão têm empregos informais e ganham em torno de 300 pesos.
Muitos desses jovens se denominam “pibes chorros” e têm na cumbia villera uma forma de expressar sua realidade. As canções falam de drogas, álcool, do ódio da polícia, de uma vida suja e cheia de perigos.