No primeiro dia de desfile de escolas de samba paulistas, na sexta-feira de Carnaval, a Tom Maior levou ao sambódromo um pouco da história de Angola, com o enredo “Uma nova Angola se Abre para o Mundo! Em Nome da Paz, Martinho da Vila Canta a Liberdade”.
Um dos destaques da escola foi um grupo de artistas oriundos do país africano, entre eles, Elias Dia Kimuezo, considerado por alguns críticos como “o rei da música angolana”, título conquistado, sobretudo, graças a suas canções de semba.
Como o nome mesmo indica, o semba tinha motivos de sobra para desfilar no sambódromo: trata-se de um dos estilos musicais mais tradicionais de Angola e predecessor do samba brasileiro.
Semba em quimbundo (língua de Angola) significa umbigada, nome explicado pela forma como se dança o ritmo, marcada pelo encontro frontal dos corpos feminino e masculino. Mas o estilo foi também conhecido como batuque, dança de roda, lundu, maxixe, chula, batucada e partido alto.
Semelhante ao samba, o semba atual é caracterizado pela fusão da guitarra e da percussão, elemento base dos ritmos africanos. Além do samba, o semba foi responsável pelo surgimento de dois outros estilos angolanos, a kizomba e o kuduro.
Barceló de Carvalho, também conhecido como Bonga, foi um dos cantores responsáveis por tornar o ritmo mais conhecido mundialmente. Como bom ritmo popular, o semba ganha vida na voz de vários cantores, sendo os mais conhecidos Dom Caetano, Lurdes Van-Dúnem, Paulo Flores, Eduardo Paím e Carlos Burity.
Nos versos de Burity e Paulo Flores, “o Semba é canto de avenida (…) Semba é suor Semba é gente” (Poema do Semba). Abaixo nós ficamos com Bonga, em um show realizado na França.