A seleção das músicas para a semana sobre Israel foi, disparado, a mais feminina do Invasões Bárbaras. Ao pesquisarmos os ícones da música pop israelense, nos deparamos quase que exclusivamente com mulheres. Loiras, ruivas, sósias da Barbra Streisand ou da Britney Spears, a verdade é que estas divas em hebraico dominam a cena musical daquele país. Nomes como Shiri Maymon, Maya Buskila e Sarit Hadad fizeram de Israel a seleção com a sonoridade mais pop que a gente já fez aqui no Invasões.
Mas elas não conquistaram seu espaço no dial mineiro à toa: talvez à época tenha apenas faltado aos colegas de Invasões um ouvido mais apurado para detectar o que mais havia na sonoridade destas divas be’ivrit, e daí a implicância com a música de Israel que até hoje ronda as nossas rodinhas de conversas. Por conta disto, este Dia Internacional da Mulher é também uma oportunidade histórica para corrigir as injustiças que vinham sendo feitas nos nossos bastidores à música de Israel, rotulada de pop-superficial. As divas em hebraico resistem, sim, a uma análise mais aprofundada. Maya Buskila carregava sua herança musical árabe nas canções que interpretava, Sarit Hadad tem uma queda pela música eletrônica e Shiri Maymon… bem, continua linda, como sempre.
Ah, não posso esquecer de mencionar Eti Ankri. Definitivamente, está um degrau acima em reconhecimento artístico no seu país, e merece um texto à parte, pela capacidade de transitar por reggae, hip-hop e chanson sem perder a suavidade de sua interpretação.
Isso tudo só para mostrar que, felizmente, há divas israelenses não só para todos os gostos estéticos, mas também para todos os gostos musicais. E, para fechar, “Chagiga”, uma música de Sarit Hadad que atravessou o Atlântico, cantada em hebraico mesmo, na versão original do clipe abaixo ou em versão remixada. Acredito que você já a tenha escutado algumas vezes na academia, assim como aconteceu comigo. Na ocasião, fiquei surpreso ao reconhecer a música que havia encontrado semanas antes nos trabalhos com o Invasões.
yossi
»É verdade que a cena do pais está dominada por artistas femininas e que cada vez há menos homens que fazem carreira na música de Israel. Gosto imenso que fales da Eti Akri, para mim também está ela num degrau mais arriba sempre a tentar de pôr de moda velhos sons árabes e judeus junto a letras que väo vem para a vida e a sociadade de hoje. Gosto muito deste blog 😀