Não sei se dá para falar em otimismo, mas a verdade é que os indie rockers da Suécia são os mais animados do gênero. Sempre de bem com a vida, com músicas pra cima e vocais vivos, são eles os responsáveis pela comparação com o axé music. Håkan Hellström só tem de diferente um pouco mais de percussão em suas músicas, mas a filosofia do indie rock sueco que percebemos nele é comum a vários outros artistas e bandas.
A Dungen (bosque, mas também grove) tem a leveza típica do indie rock sueco, mas escolheu homenagear os psicodélicos anos 70 ao invés da Bahia. O vocal que se mistura aos sintetizadores e a incorporação de várias tendências do rock dão à Dungen uma sonoridade bem característica, que a diferencia um pouco das várias bandas similares. Foi esta sonoridade única que a fez conhecida do outro lado do Atlântico (tanto em cima como embaixo), mesmo cantando em sueco.
Confesso que, quando fui pesquisar mais o indie rock sueco, ainda estava sob efeito da quebradeira e dos riffs acelerados das bandas francesas e austríacas, então acabei encontrando músicas com um tempo bem diferente do esperado. Aos poucos a gente vai apurando o ouvido e resgatando preciosidades como a Dungen, presente nas nossas primeiras pesquisas musicais sobre a Suécia ainda em 2006.
O melhor CD já lançado pela banda é sem dúvida o Ta Det Lugnt, de 2004. Mas, desde abril do ano passado, já está disponível Tio Bitar (Dez pedaços). Stadsvandringar, de 2002, é o que mais compartilha o espírito de banhos de sol e passeios de parque que tenho encontrado nas outras bandas. Vale a pena conferir a faixa-título:
http://youtu.be/1N9jgFzlabg