Essa playlist tá rica, essa playlist tá pobre, essa playlist tá reggae, essa playlist tá rock. O Invasões pirou de vez. Não sabemos o que dizer. Apenas seguimos nosso destino de encaixar músicas ao sabor das descobertas, aproveitando o friozinho e a alegria de ainda não estarmos com o nome no SPC. Vamos do pop ao regional, com nuances e experimentações, como de costume.
Os títulos estão organizados assim:
Banda / País / Faixa / Álbum
Ulises Hadjis / Venezuela / En algún momento / Pavimento
Frequentador do salão de festas do Grammy Latino, Ulises Hadjis é um cantautor venezuelano de Maracaibo, mas mora no México. Impressiona, sobretudo, por sua semelhança física com o nosso colega Carlos Bolívia.
Natalia Lafourcade / México / Te quiero ver / Hasta la raíz
De sobrenome francês e ascendência chilena, Natalia Lafourcade lança seu sexto disco, mergulhando em suas raízes latinas. Doce e tropical, o México que ela canta não é aquela terra sem lei de paisagens desérticas do cinema americano.
Izia / França / Les ennuis / La vague
Izia canta, toca guitarra e também é atriz. Seu terceiro disco vem 4 anos depois do anterior. Antes dele, tinha uma trema no nome e só cantava em inglês. Agora, bem mais interessante, ela dança e se enrola no lençol com muita autoridade e classe.
TV Rural / Portugal / Pedra é pedra / Sujo
O rock cantado em português apresenta coisas interessantes do outro do Atlântico. A banda da freguesia de São Domingos de Rana, colada em Lisboa, tem mais de 10 anos de atividade e parecem ter dado um salto definitivo com esse último disco.
Mbongwana Star / RD Congo / Masobélé / From Kinshasa
O Mbongwana Star é parte do espólio da extinta Staff Benda Bilili, banda formada por moradores de rua paraplégicos de Kinshasa. A nova empreitada conta com dois de seus integrantes e é como se a África tomasse partido na corrida espacial, como sugere o ótimo videoclipe de Malukayi.
Anna Caragnano & Donato Dozzy / Itália / Parola / Sintetizzatrice
Donato Dozzy é um produtor de techno italiano que decidiu fazer experiências eletrônicas com a voz. Encontrou a cantora também italiana Anna Caragnano e fizeram juntos um belo disco. Coloque um bom fone e se entregue ao loop infinito “parola, protratta, ritratto, promessa, ritorno, protetta, trascino, pensiero, profondo”.
Blick Bassy / Camarões / Aké / Akö
Cerca de 260 línguas diferentes são faladas em Camarões. Uma delas, em vias de desaparecer, se chama bassa. Blick Bassy canta em bassa, na tentativa de preservar parte de sua cultura. Seu terceiro disco é intimista e sofisticado, um pouco na contramão do que a música africana tem conseguido exportar atualmente.
Daymé Arocena / Cuba / Sin Empezar / Nueva era
Disco de estreia dessa cubana de 22 anos que carrega uma força ancestral. Não é exagero, ela canta como se fosse uma veterana diva do jazz. “Nueva era” é um primeiro passo já há muito anunciado e que confirma todas as expectativas.
Siba / Brasil / Quem e ninguém / De baile solto
Assusta um pouco pensar que este é só o segundo álbum da nova fase solo do Siba. Por se vestir e se pintar de nordeste e incorporar e traduzir tão bem a cultura popular de sua terra, tem-se a impressão de que há um dedo seu em tudo o que é de lá.
Savina Yannatou & Primavera en Salonica / Grécia / To yelekaki / Songs of Thessaloniki
Descansamos os ouvidos com a voz da reconhecida cantora grega Savina Yannatou, acompanhada da banda Primavera en Salonica. O álbum faz homenagem à rica história multi-cultural de Tessalônica. Berço da história do ocidente, a cidade teve um período dominada por judeus espanhóis, quando se falava uma língua derivada do castelhano.