Os 31 dias de janeiro pareceram 45? Calma. Os 28 de fevereiro passaram tão rápido que pareceram 15. Para comemorar a pressa do mês do carnaval, 15 lançamentos quentes, enfileirados como de costume, sem muito critério.
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Do Rio de Janeiro, o produtor carioca Diogo Strausz vem com “Spectrum Vol. 1”, seu primeiro disco, com a participação de uma penca de gente boa. Na faixa “Me Ama”, Kassin é quem lhe faz companhia.
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Seguindo na seara do pop, o italiano Colapesce canta “Dopo il Diluvio” do álbum “Egomonstro”.
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Partimos para uma sequência de regionalismos bem característicos. Começamos com a bela voz de Xiomara Laugart. Ela revisita a música cubana das décadas de 1920 e 1930 em seu disco “Tears and Rumba”.
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Vamos à Romênia ouvir Taraf de Haïdouks, chamados por um jornal inglês de “a melhor banda gypsy do mundo”. O álbum novo se chama “Of lovers, gamblers and parachute skirts”.
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A guitarra malinense não se cansa de produzir boa música. “Farikoyo”, faixa do disco “Gandadiko” de Samba Touré é um bom exemplo da relatividade espacial que aproxima o norte da Áfica do blues americano.
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Da França, o coletivo Fauve lança a continuação de seu primeiro disco: “Vieux Frères – Partie 2”, seguindo com a proposta de cantar falando, contar longas histórias, sem que isso se transforme em hip hop.
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Aproveitamos a guitarra para trazer pro pop-rock. A banda sueca Amason lançou “Sky City”. É quase tudo cantado em inglês, mas pinçamos “Elefanten”, no idioma local.
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Na sequência, o projeto Teleférico do peruano Christian Vargas, baterista da extinta banda Electro-Z. Desconsidere a capa, que realmente é de doer, e ouça a noventista “Cuentos de verano”.
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Eis uma capa bonita e um disco sensacional: Pascal Comelade nos faz voltar à França para ouvir “Traité des guitarres triolectiques” em parceria com o duo, também francês, Les Limiñanas. Ouçam a faixa “El Vici Birra-Crucis” e ouçam o disco. Direi mais nada.
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Se voltamos à França, voltemos ao Mali, desta vez com os Songhoy Blues. O disco “Music in Exile” é como eu disse, a guitarra malinense… blá blá blá… mas é verdade.
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Liberou a bagunça, voltemos então ao Brasil. Jair Naves, líder da saudosa Ludovic e que lançou um elogiadíssimo disco de estreia em 2012, está de álbum novo. “Trovões a me Atingir” dá sequência a uma carreira que se mantém alternativa e interessante.
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Da Alemanha, o punk-rock meio pop dos veteranos da Betontod. O álbum “Traum Von Freiheit” vem com o rock receita de bolo: simples, rápido e enérgico, como eles gostam. Tudo mais ou menos a mesma coisa, “Geschichte” é uma boa amostra.
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Na trinca final um respiro que começa pela banda japonesa Anoice. Eles fazem sempre boas trilhas e são capazes de te fazer chorar. Do recém-lançado “Into the Shadows”, a faixa “Tempest”.
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Do Japão para a Dinamarca, com o experimentalismo inventivo de Frisk Frugt, ou “fruta fresca”, que já esteve no Brasil no festival Novas Frequências. Seu disco anterior tinha o adorável título “Dansktoppen møder Burkina Faso i det himmelblå rum hvor solen bor, suite” (tipo: “A música popular dinamarquesa encontra Burkina Faso no céu azul onde mora o sol, suíte”). Este agora se chama “Den Europæiske Spejlbue” (algo como “O espelho-arco europeu”).
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Para terminar, o pianista armênio Tigran Hamasyan, lança o seu sexto álbum chamado “Mockroot”. Ele cruza as tradições do folk armênio com o jazz em “Entertain Me”.