Felipão sobre o nível da Copa do Mundo: “As equipes que estavam aqui eram muito boas, melhores do que a gente podia imaginar”. Felipão sobre o Van Gaal: “Ou é burro ou é mal-intencionado”. E aqui, fora de contexto, mas parece que é Felipão falando sobre Felipão: “Dão ênfase a uma pessoa que está falando bobagem”.
A nota feliz, amigos, é que ainda temos Copa e o Brasil volta a campo representado pelo dono da mais bonita cabeleira da nossa música: Pepeu Gomes. Com o fim dos Novos Baianos, Pepeu lançou o álbum Geração de Som, em 1978, seu primeiro trabalho solo. De lá, ouvimos o choro-rock Toninho Cerezo, para nos lembrarmos de um tempo em que o futebol brasileiro era mais brasileiro, como diria Ary Barroso.
Cerezo foi considerado por muitos o grande culpado pela tragédia do Sarriá, o que parece uma enorme injustiça. Uma coisa é a história que se conta do jogo e outra é o jogo ele mesmo, e a Itália foi melhor no fatídico 5 de julho de 1982. De qualquer maneira, além de jogar muita bola, Cerezo e aquela seleção podem ter perdido em campo, mas não perderam nunca a dignidade.
Voltando à música, Pepeu Gomes encontra aqui uma parada tortíssima. A Holanda vem escalada com não apenas um, mas três guitarristas, somados a um grupo de jazz. O quarteto de Amsterdam The Ex é algo como a banda de punk-rock mais legal do mundo, sobretudo porque não se prende às fórmulas já desgastadas do gênero.
Fundado em 1979, mantém apenas o guitarrista Terrie Hessels da formação original. Ao longo de todos esses anos, foram incorporando referências da música africana, oriental, e do leste europeu. Juntam a capacidade de improviso do Van Persie na cara do gol, com a ousadia “do it yourself” de Louis Van Gaal. Ouvimos a faixa Theme from Konono nº2, do álbum Enormous Door, em parceria com o quarteto de jazz Brass Unbound. A faixa é mais um dos resultados do diálogo com o grupo congolês Konono nº1.
Sobre o jogo: para a alegria da Dona Lúcia e em decorrência da integridade e coragem da nossa comissão técnica, vítima da crueldade sem limites do ser humano, aposto em 9 a 6 para a Holanda e agradeço muito os vários momentos de grande felicidade proporcionados por essas pessoas lindas, de inquestionável competência.
Igor Costoli
»No início do ano, o técnico do Vasco deu uma entrevista assim: “O nível das equipes no campeonato carioca está muito alto, você vê pelos resultados dos grandes contra os pequenos. Não consigo entender porque o Rio não tem mais times na série B”.
Até aqui, o Vasco é apenas o décimo nessa mesma série B que deveria ter os fortes times cariocas. Esse é o momento em que você percebe: Felipão virou o Adílson Batista.