Rock versus Pop. Deserto versus tundra. Argélia versus Rússia.
Às vezes, de onde menos se espera, brotam algumas pequenas maravilhas. A Argélia não exporta apenas pais de futuros jogadores da seleção francesa, nem só Raï, o gênero musical do qual Khaled é considerado rei. O Saara também produz rock, como faz o Afrockaine, banda originária da capital Argel. “Avancez” é a música da vez, o que é uma boa dica pra estratégia da seleção argelina, que sapecou 4 na Coreia do Sul no último jogo.
Nyusha, por sua vez, representa Rússia e o pop. Confesso que não sei dizer se a música da cantora é legitimamente boa ou apenas um chiclete que não me enjoou ainda. “Vyshe”, do álbum Vybirat’ Chudo, também me deixa na dúvida se essa pinta de música de Jovem Pan dos anos 90 é pioneirismo dela no revival desta década ou se ela chegou atrasada pra festa. Muitas interrogações, assim como a seleção do país do grande Yeltsin.
O jogo
A Argélia só precisa do empate para ir às oitavas. Na verdade, pode até perder por 1 gol de diferença, que continua à frente da Rússia. Nesse caso, poderia ser ultrapassada pelos coreanos, mas convenhamos… não vai rolar. Não que a Bélgica seja essa maravilha que muita gente pinta, os asiáticos é que são fracos mesmo. Já a Rússia sofreu pra empatar com a Coreia, perdeu pra Bélgica e não vai ganhar da Argélia. Qualquer tradição no futebol que poderia existir na União Soviética foi pro espaço com o fim do comunismo. 2×0 pra terra de Khaled e dos pais de Zidane.