Pela segunda copa seguida, os irmãos Boateng são colocados frente a frente, um defendendo a Alemanha, o outro Gana. Já na música, esse confronto é marcado pelo intercâmbio cultural presente nos dois lados.
A banda alemã Äl Jawala, é como a seleção do país europeu de umas copas pra cá: multicultural, com presença de imigrantes, bem longe daquela imagem de pureza racial que um certo ditador imaginou no passado para a Alemanha. O próprio nome da banda vem do árabe, e significa “o viajante”, “o andarilho” ou “povo viajante”. O quinteto de Freiburg faz uma música que mistura dance-beat, Balkan-beat, entre outros, como é o caso de “Better Go Run”.
Gana tem do seu lado The Psychedelic Aliens, banda que esteve em atividade no final dos anos 60 e início dos anos 70. Com influência do funk americano, de Jimi Hendrix e R&B, o som é como se fosse uma versão ganesa do manifesto antropofágico, pegando todas essas influências e criando algo novo, com cara local. Como os jogadores que saem do país e aprendem (e ensinam) com os países onde jogam.
O jogo
Gana é minha aposta de equipe africana pra fazer papel bonito aqui no Brasil. Há anos o país é uma força nas competições de categoria de base, mas não conseguia classificar a seleção principal pra Copa. Em 2006, finalmente conseguiram. Em 2010, quase foram os primeiros africanos a chegar em semi-final de Copa, não fosse a “defesa” de Luís Suarez quase no final do jogo. Agora, apesar do grupo difícil e da derrota para os EUA. A Alemanha é boa sim, mas não é isso tudo que os 4×0 em Portugal fizeram parecer. No mínimo um empate Gana arranca. Kevin-Prince se sai melhor que Jerôme nessa.