Os dois duelos do grupo B serão juventude versus experiência. Este é o primeiro deles.
Em 1989, a Nintendo lançou o primeiro de uma série de jogos criada pelo japonês Shigesato Itoi. Em 2013, uma banda australiana com o mesmo nome do jogo, Earthbound, lançou seu primeiro álbum. Apesar de não haver relação direta entre as obras, há algo de muito interessante na forma como esse trio instrumental usa uma fusão de jazz, rock e música eletrônica para construir cenários sonoros originais, mas que soam familiares.
O álbum Tales of Earthbound é todo construído sobre a metáfora de uma “jornada conceitual por uma terra mística e musical chamada Cleftopia”. E a jornada deles é muito legal, numa bela mistura de originais e (pulo do gato) versões de temas de antigos videogames. Para conferir, vamos de Simple Bloom.
Do outro lado, uma figura conhecida da nossa programação musical. O holandês Erick de Jong, de codinome artístico Spinvis. O detalhe não é a longevidade de sua carreira, mas o momento em que ela se inicia. Spinvis já tinha 40 anos em 2001, quando encaminhou a uma gravadora o demo que no ano seguinte se tornaria seu primeiro CD.
Sua mistura de indie rock e experimentações cria conceitos, “ambientes” para seus álbuns, uma assinatura sonora. Usaremos a abertura de seu último trabalho (Tot Ziens, Justine Keller, de 2011), a canção Oostende, para ilustrar essa ideia.
Sobre a partida: criatividade dos dois lados, confronto equilibrado no lado musical. Mesmo tendo começado em momentos diferentes, tanto o Earthbound quanto Spinvis parecem pertencer à geração de músicos que ainda usa o conceito “álbum” de forma eficiente para contar uma história. Quando é assim, um detalhe pode fazer a diferença. E, no lado esportivo, deve acabar sendo a experiência: Holanda vence.