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O duelo a seguir mostra duas tendências opostas. De um lado a tradição, de outro a modernidade.
Bisade Ologunde, mais conhecido como Lagbaja, é um símbolo da música africana. Com mais de 20 anos de carreira,o intérprete mascarado e sua música são quase uma forma de resistência da tradição diante do crescente predomínio do hip hop na Nigéria. Seu conceito como artista também é interessante: Lagbaja vem do Yorubá, significa “ninguém em particular”, e a máscara serve para tornar o artista na voz do homem comum.
Se para os nigerianos a resistência é manter o tradicional, para os iranianos é o contrário. Em um dos países mais fechados do mundo, a contestação é desafiar o governo e fazer rock, caso do The Yellow Dogs e seu indie rock. Trazemos aquela que, provavelmente, é sua música mais conhecida, New Century, A canção foi parte da trilha de “No one knwos about Persian Cats”, filme que ganhou o prêmio especial do júri categoria “Un Certain Regard” na edição 2009 do Festival de Cannes.


A nota triste sobre o TYD é o trágico fim da banda: em novembro do ano passado, um ex-membro foi à casa dos irmãos Soroush e Arash Farazmand (guitarrista e baterista) e matou ambos a tiros para depois cometer suicídio. A banda estava já há alguns anos nos EUA, e sua popularidade vinha crescendo. Nossos sentimentos à família e aos amigos Siavash “Obash” Karampour (vocalista) e Koory Mirzeai (baixista) pela perda.
No campo, fica assim: tradicional versus contemporâneo. Parece complicado, mas nem tanto: Nigéria e Irã não vencem um jogo em mundiais desde a Copa de 1998. Se mantiverem a tradição, dá empate. Para vencer, é preciso mudar. Opa, sendo assim, o Irã surpreende e fatura os três pontos.