O Viaduto Santa Tereza, em Belo Horizonte, teve uma visita nada comum neste último sábado, 20 de março de 2010. Diretamente de Riga, capital da Letônia, a banda Hospitalu Iela, foi a principal atração do S.e.n.s.a.c.i.o.n.a.l (Simpósio de Empreendedorismo Nada Sensato Articulado no Cenário Internacional e Organizado por Nossos Amigos Legais).
O evento de nome estranho realizado debaixo do monumento não teve nada de um simpósio. Foi na verdade uma festa de boas vindas para a banda que é referência no cenário independente da Letônia e contou com a presença de grupos do nosso cenário independente como Pequena Morte, Maítê, Skacils, Fusile e a discotecagem do RoodBoss Selectors.
Surgida em 1997 e com três álbuns no currículo, a Hospitalu Iela (nome que significa Rua do Hospital) faz uma fusão dos jamaicanos reggae e ska com ritmos bálticos. Embora seja completamente desconhecida no Brasil, teve uma boa aceitação nessa primeira apresentação. Nos primeiros momentos do show, os visitantes aparentaram certa timidez, mas rapidamente se sentiram à vontade com o público, que dançou e interagiu com a banda, mesmo sem entender uma palavra daquela idioma.
“Tocamos um reggae diferente, mas as vibrações são as mesmas. O som no palco estava bom e isso faz com que os músicos se sintam bem. Com os músicos bem, o público também aproveita”, conta Edgars Shubrovskis, o báltico rastafári que lidera a banda no posto de vocalista e compositor.

Identificação

A receptividade do público do cenário independente (tanto no Brasil quanto na Letônia) pode ter sido uma das principais razões dessa visita, que começou a ser idealizada quando a banda belorizontina Pequena Morte realizou uma turnê pela Europa. “A gente passou pela Itália e pela Letônia. Fomos muito bem recebidos. Conhecemos os caras da Hospitalu Iela e os chamamos para vir pra cá”, relata o Tamás Bodolay, baterista da Pequena Morte.
Mas a identificação entre os dois grupos se deve tanto ao estilo musical, de influência jamaicana, quanto à disposição para explorar novos territórios e testar públicos desconhecidos. “Eles vieram na tora, pagaram as passagens do próprio bolso e estão hospedados na minha casa”, conta Raulzito, vocalista da banda de BH.

Oportunidades

Ao ser perguntado sobre a música letã, Raulzito, da Pequena Morte, assume sua total ignorância a respeito. Com Edgar, da Hopitalu Iela, não é muito diferente: “do Brasil, só conheço o Sepultura, mas confesso que não é o muito o meu estilo”.
Apesar do mútuo desconhecimento, tanto o brasileiro quanto o letão concluem que todo esse distanciamento entre os países parece não ser causado exatamente por questões geográficas e culturais. “É tudo uma questão de oportunidade. Podíamos ter ido para América Latina que é mais perto, mas conseguimos um contato lá na Letônia e fomos tocar lá”, explica Raulzito. “É difícil fazer empreitadas desse tipo. É tudo nossa própria conta, sem apoio, mas é uma grande aventura”, comemora Edgard.
Hospitalu Iela é composta por:
Edgars Subrovskis – voz principal e guitarra;
Edgars Makens – sintetizador e voz;
Dina Skreitule – violino e voz;
Maija Usca – baixo;
Rihards Vavere – bateria.

Agenda

Confira a agenda de shows da Hospitalu Iela em Belo Horizonte:
24/03 – Noites de Pegada
Shows com: Hospitalu Iela e DJ Yuga (afro beats, latinidades)
Onde: Uzina Restaurante & Lounge – Rua Grão Mogol 908 – Sion – Tel: 31 3221 2601
Horário: 20h
Entrada: R$ 7 de Consumação
Contato: contato@coletivopegada.org
25/03 – Black Soviet
Shows com: Black Sonora, Hospitalu Iela e Pequena Morte
Onde: Stúdio Bar – Rua Guajajaras, 842 – Centro – tel. (31) 3047-1020
Horário: 21h
Entrada: R$ 15
Contato – victor@hibrido.cc / (31) 9814-9595 / www.studiobar.com.br
27/03 – Shows no Quintal
Shows com: Hospitalu Iela e Pequena Morte
Onde: Quintal Bar Cultural – R. Grão Mogol, 980 – Sion
Tel: (31) 9801-5061
Horário: 21h
Entrada: R$ 15 masculino / R$ 10 feminino
Veja o vídeo da canção “Pilnmeeness”, executada no show de 20 de março, embaixo do Viaduto Santa Tereza em Belo Horizonte:
http://youtu.be/ieXm8taHxkI