Sabemos que as piadas sobre a longevidade do mês de agosto já encheram a paciência, mas esperamos a última volta do ponteiro para termos certeza de que o mês acabou. Foram dias difíceis, as esperanças foram minguando enquanto o dinheiro acabava, mas muito ricos no aspecto musical. Então, paguemos as contas, vida que segue. A playlist tem uma primeira metade inoxidável, tem estreia cabriocárica, tem veterano mediocrático, e é claro, merece o nosso respeito tecnológico.
Os títulos estão organizados assim:
Banda / País / Faixa / Álbum
Ajoyo / Tunísia / Chocot / Ajoyo
Yacine Boularès é um saxofonista franco-tunisiano que já tocou com grandes nomes da música afriacana. Lança o primeiro disco de um projeto solo (ressalva: desenvolvido em Nova York) em que se vale da herança musical do norte da África, lado a lado com a forte influência que tem do jazz.
Owiny Sigoma Band / Quênia / Changaa Attack / Nyanza
Primeiro, mais uma ressalva: a banda se formou em Londres. No entanto, ela nasce do contato de uma banda inglesa com dois músicos quenianos – Joseph Nyamungu e Charles Owoko. Eles se reuniram na Inglaterra para formar uma das misturas mais interessantes que se ouve hoje por aí. Esse é o terceiro disco da Owiny Sigoma Band, inspirado pela viagem e pela experiência na província de Nyanza, terra natal dos quenianos.
Joe Crepúsculo / Espanha / A Fuego / Nuevos Misterios
Esse é o sétimo álbum solo desse interessante personagem catalão. Já havia sido motivo de discussão em 2015 por ter feito uma faixa para o furacão “Podemos”, novísssimo e incensado partido político espanhol. Em “Nuevos Misterios” ele continua sua trajetória de cantautor eletrônico.
toe / Japão / Commit Ballad / Hear You
“Hear You” é um disco maravilhoso. Essa banda japonesa tem 15 anos de estrada, na fronteira entre o post-rock e o math-rock. Em “Commit Ballad” eles são acompanhados pela cantora japonesa Chara, que também tem disco novo na praça, e que deixamos guardado para o mês que vem.
Kíla / Irlanda / Suas Síos / Suas Síos
Décimo álbum de estúdio dessa interessante banda de música tradicional irlandesa. Na maioria das vezes eles não cantam e aí você tem músicas perfeitas para a trilha sonora de “Game of Thrones”. Quando cantam em gaélico, aí você tem uma faixa perfeita para a playlist do Invasões.
Rizan Said / Síria / High Tension Zamer / King of Keyboard
Ainda não conseguimos parar de nos mexer depois da passagem de Omar Souleyman pela nossa playlist do mês passado. Então, trouxemos Rizan Said, outro da mesma estirpe. Mais um disco interessante do “rei dos teclados”, que viveu também o boom do sintetizador na Síria, da circulação das fitas cassetes e das festas de casamento, na virada dos anos 1980 para os 1990.
Gordo Sarkasmus / Colômbia / Dias Funebres / Herejías
Mateo Granuja e Zof Ziro formaram em Medellín essa dupla de hip hop, ali pelos idos de 2010. Lançaram um EP, depois um disco com uma coletânea de faixas e tocaram bastante pelas ruas. Cinco anos depois continua difícil encontrar informações mais detalhadas sobre eles. Sabe-se que o “gordo” do título faz referência ao peso da sonoridade do hip hop e que “Herejías” é um bom álbum.
Mi Amigo Invencible / Argentina / Edmundo Año Cero / La Danza de los Principiantes
Rock argentino continua sendo uma das preferências da casa. De Mendoza, essa banda cumpre o seu papel de atualizar o nosso repertório, com um álbum lançado no dia 10 desse mês de agosto. “La Danza de los Principiantes” está disponível para download gratuito aqui.
Julieta Venegas / México / Explosión / Algo Sucede
Faixa lançada anteriormente como single e devidamente antecipada em uma de nossas edições radiofônicas. O álbum saiu dia 14 de agosto e Julieta Venegas continua em forma com seu pop suave, sensível, suas boas letras e a voz doce. Enfim, tudo no lugar. Precisa voltar logo ao Brasil, tocar mais nas nossas rádios, tomar um café lá em casa, etc.
Gepe / Chile / No Dejes de Latir / Estilo Libre
Daniel Riveros, o Gepe, já foi a grande novidade da música pop chilena, chegando a ser comparado a artistas como Víctor Jara. Muito se disse que esse era o mais esperado disco do ano no Chile (não para nós, discípulos de Camila Moreno), mas o resultado é bastante decepcionante. Não precisa concordar com a gente, aqui você lê alguém que gostou muito do álbum, embora o carinho da torcida se faça presente nos comentários.