Chegou a esperada hora em que as seleções caminham sobre a tênue linha que separa os homens dos meninos. Para esse embate convocamos o puro creme do milho verde.
No canto esquerdo, de bigode bicolor, o homem que disse a Bruce Springsteen “Acá el jefe soy yo”, capaz de peitar a polícia, o papa, a FIFA, e de morder Luis Suárez: sim, é ele, Charly García! Chega botando banca de rapper com a faixa Rap de las Hormigas do álbum Parte de la Religión, lançado em 1987, logo após Maradona ser promovido ao cargo de D10S.
Nem Lionel Messi, o D10S em exercício, teria coragem de dizer a Charly que ele não é um grande rapper. Nesta faixa temos a participação dos Paralamas do Sucesso para completar o revival anos 80 que promete trazer bons ventos ao futebol argentino.
Do nosso lado direito, um pouco empoeirados, os irmãos que flertam com o outro lado da vida, que sabem que a morte não é exatamente o fim e que prometem sair das trevas com um novo disco em 2014: The Dead Brothers! Sem lançar um álbum desde 2010, a banda genebrina vem reforçada pelo espírito de Django Reinhardt, pronta para agitar o mais sentido dos funerais com seu gypsy blues-rock.
Allonz aux Paquis é a música que promete acalmar a dupla Senderos e Djorou contra o trio ofensivo da esquadra hermana.
O jogo: Engana-se quem pensar que vai ser fácil. Engana-se quem estiver procurando aqui a zebra. Podemos dizer que a Argentina tem se apresentado muito aquém do que pode jogar, assim como podemos dizer que o ferrolho suíço também não é mais o mesmo. De qualquer maneira, os comandados de Sabella parecem muito conscientes da chance que tem em mãos, e Messi parece ter vindo ao Brasil com uma coleção de coelhos escondidos em sua cartola. Argentina 2 x 0 (mas com o Tévez seria 4).