Na semana da preguiça do Invasões, resolvi escrever um texto opinativo sobre uma tendência não muito boa que assola o mundo: “Os Qualquer coisa Idols”.
Um programa com intuito de encontrar novos talentos musicais que são eliminados pela votação do público do país. Essa é a premissa do Pop Idol, programa britânico criado em 2001. O que não se imaginava, na época, é que ele ia gerar tantos filhos.
A fórmula ficou famosa com o primeiro e mais bem sucedido filho do Pop, o American Idol, mas a lista não para por aí. Ao todo são 22 irmãos, ao redor do mundo: American Idol, Australian Idol, Latin American Idol, Idols (Dinamarca, Holanda, Finlândia e África do Sul), Canadian Idol, Idols West Africa, Indian Idol, Indonesian Idol, New Zealand Idol, Philippine Idol, Hay Superstar, Nouvelle Star, Deutschland sucht den SuperStar, Singapore Idol, Malaysian Idol, Music Idol (Bulgária), Ídolos Brasil, Ídolos Portugal, and Super Star (Países de língua árabe).
À primeira vista, parece algo maravilhoso. O programa cria oportunidades de renovação da cena musical de diversos países e apresenta para o mundo (de alguma maneira) os jovens talentos locais. Praticamente um Invasões Bárbaras televisivo.
Mas se pararmos para pensar, a família Idol faz o oposto. Ela reproduz a velha fórmula de produção musical inglês e até mesmo incentiva os concorrentes a cantarem em inglês, diminuindo a participação da língua nativa do intérprete no seu trabalho e viciando o público. Existem exceções: O Ídolos Brasil, o Portugal, o Nouvelle Star e o Deutschland sucht den SuperStar colocaram os concorrentes para cantar na língua do país, mas o resto…
O ponto é: até quando teremos uma produção musical que se renova e produz em língua pátria? Longe de mim querer acabar com a família Idol, sou um cara pacifista, mas tudo que é apropriado deveria passar por uma avaliação. Não é porque vem de fora que é lindo e maravilhoso e devemos repetir sem o mínimo de adaptação para a realidade local.
Ainda bem que tem o Invasões Bárbaras para contrabalancear um pouco…
Tiago Capixaba
»bom texto…
uma discussão mto pertinente