Direto de Cali – Colômbia

O que dizer dos top 10 e 20 construídos pelo mundo afora? As músicas mais votadas e veiculadas em rádios, canais de TV e sites também representam um termômetro interessante dentro da pesquisa do Invasões Bárbaras. Antes do nosso gosto pessoal, ou análise qualitativa, nos interessa entender a representatividade que cada ritmo e artista tem dentro do contexto musical local.
E a opinião popular cumpre um papel interessante neste sentido, mesmo que as tais listas estejam repletas de canções um tanto comerciais, que por várias vezes são executadas a exaustão para vencer a resistência de muitos ouvidos desprevinidos (ou nem tanto).
Como entender e falar de música brasileira sem citar axé, pagode e funk? O que dizer aos (e dos) milhões de brasileiros que gostam, ouvem e consumem essas canções? Seria honesto apresentar aos amigos estrangeiros uma cena musical composta somente por Buarques, Velosos e Toms?
Pesquisamos para mostrar, e mostramos o que encontramos. Assim é possível esbarrar com ritmos considerados “bregas” em nossas mídias: disco polo, cumbia villera, manele… E também, obviamente, não vivemos só deles. Assim como a música é dinâmica, o dinamismo da pesquisa tem que estar preparado para dar conta da diferença, de buscar o alternativo, o que está fora dos holofotes. Afinal, a cena subterrânea também está repleta de representatividade. A ideia é buscar uma análise completa, mesmo sabendo que ela não é possível.
A lógica de nossas pesquisas quase sempre é muito mais apurada que a lógica dos textos que aqui apresentamos.
Estive no Peru durante a maior parte deste mês de janeiro e observando os top 10, 20 e as listas de vendas de álbuns, foi fácil perceber que os cantores românticos e a cúmbia dividem, por vezes mesclados, as preferências locais.
Mas dois estranhos me chamaram a atenção neste ninho. Um deles, a banda estadunidense Metallica, impulsionada pelo show que realizaram em Lima no último dia 19. Bem, mas aqui ficaremos com um pouco do trabalho do segundo estranho: Miki Gonzales (foto acima). Com Espanha e Peru como nacionalidades, Miki juntou ambos para realizar o álbum Landó por Bulerías e se tornar o som diferente ecoando por Lima. O novo trabalho do músico une flamenco e ritmos afroperuanos.
Abaixo conferimos um vídeo/matéria sobre o álbum, e em seguida, a canção “En la Cocina” para ilustrar.
http://youtu.be/hObLyefHxI0