O que mais me chamou atenção no La Renga foi o som. Pesado, agressivo, me agradou bastante. Não que tivesse algo de extraordinariamente diferente daquilo que eu estava acostumado a ouvir. Na verdade, a única coisa diferente era a língua: o espanhol. Essa banda argentina se juntou após fazer um show na virada de 88 para 89. Os integrantes Chizzo (vocais e guitarra), Locura (guitarra), Tete (baixo) e Tanque (bateria), resolveram continuar tocando juntos e isso deu muito certo.
Os dois primeiros álbuns da banda, Esquivando Charcos (1991) e A Dónde Me Lleva La Vida (1993) são produções completamente independentes. A procura por A Dónde Me Lleva La Vida foi tão grande que o La Renga assinou um contrato com a Polygram para produzir e distribuir o disco, o que levou a banda para as turnês.
Locura acabou saindo da banda antes do grande sucesso, mas aproveitou bons quatro anos de viagem. Atualmente, a banda conta com mais dois membros Chiflo (saxofone) e Manu (gaita e guitarra). Ambos começaram como convidados e acabaram se tornando membros estáveis.
Desde 1993, foram lançados 7 cds: Bailando en una Pata (1995), Despedazado por Mil Partes (1996), La Renga (1998), La Esquina del Infinito (1999), Insoportablemente Vivo (2001), Detonador de Sueños (2003) e TruenoTierra (2006)
O maior feito do La Renga é, sem dúvida, o show realizado no Estádio Monumental Antonio V. Liberti, o Estádio do River Plate. Num show em 2002, a banda colocou 70.000 pessoas no estádio para assisti-los tocar. Feito que alguns grandes nomes da música internacional, que também tocaram no estádio, não conseguiram superar.
Agora, voltando a história da língua. O La Renga é tão coerente em sua postura com relação a cantar em espanhol que no cd La Esquina del Infinito eles trazem uma versão do clássico de Neil Young and Crazy Horse, “Hey Hey, My My” e apenas o refrão é cantado em inglês, todo o resto foi devidamente traduzido.